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terça-feira, 8 de abril de 2008

Carta de Improviso I

Pode-se

Pode-se ser tão sutil
quanto a um pássaro
quando dispõe de seu vôo viril

Pode-se ser tão grandioso
quanto a uma nuvem desértica
perdida no azul-orgulhoso

Pode-se ser tão rude
quanto a um peixe
quando capturado ás margens de um açude

Pode-ser ser o que quiser
desde que não intervenha e não machuque
aquele que atrás vier.


*

Carta de improviso. Hehehehehe. Criei na hora do post. Não sei se passa alguma coisa.
Túdíbôm!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pela janela



E por aquela janela, de vidros arranhados e marcados, com uma persiana cinza aparentemente nova, impedida por uma grade enferrujada que imita tijolos, eu, durante as fugas de meu trabalho pude ver um antes e um depois.
Um antes; um claro pobre que refletia cores apagadas para uma manhã. O chão de concreto seco e rachado não recebia nenhum de seus habituais pisões. A árvore estática no seu centro isolado, talvez soluçava em silêncio as angústias desse novo dia.
Um depois; do céu gritavam trovoadas sutis, porém, decididas a provocar qualquer coisa. E no vazio dos segundos, foram-se caindo as primeiras lágrimas de uma nuvem atormentada. Foram as primeiras, depois as segundas, as terceiras... até que de toda a festa, a água era a única rainha e protagonizava a cena.
A janela era apenas um portal para uma outra realidade também real. Eu no meu ambiente, num corredor cheirando a tinha velha, ouvindo as preces das professoras querendo ensinar e as besteiras ditas por crianças de má educação e tão perto dalí, uma outra atmosfera. Muito mais rica, muito mais natural.
Ah! dois ambientes tão próximos e tão distantes. Como pode chover lá fora e cá dentro não?
Que pergunta besta. É melhor voltar ao trabalho.