Pages

sábado, 13 de dezembro de 2008

O jardim das preguiças - Miniconto.

O garoto era preguiçoso. Sua mãe justificava dizendo que era porque a parte de baixo da orelha dele era 'descolada' da pele do rosto. Então por isso, era preguiçoso.
Além de preguiçoso, curioso, porque queria saber onde cortavam as orelhas das pessoas pra nascerem preguiçosas. Perguntou à professora, então pediu ao pai para ir no zoológico. Mas lá, não tinha a preguiça que queria. Perguntou à coleguinha e ela o levou na casa de uma senhorinha. Mas lá, não tinha a preguiça que queria, tinha a Dona Pri Guissa.
No enfim, procurou, procurou e não encontrou. Até que um dia resolveu abrir um livro e tamanha foi a sua surpresa que as flores preguiçosas do jardim das preguiças falaram com ele durante o dia todo. Elas explicaram que essas estórias de orelhas descoladas são apenas invenções.
Daí então, o garoto continuou preguiçosinho como antes, mas muito determinado e sempre fazia o que lhe dava na sina.

domingo, 16 de novembro de 2008

Ensaio para "Lá"

(Vem de longe com sua bicicleta. Usa trajes de uma cultura diferente. Andando em círculos com a bicicleta vai falando)
Venho andando com minha bicicleta de bronze por milhas e milhas de terras; passei por todas as veredas, vias e estradas. Já topei com anjos e diabos nas entradas, apesar do movimento, minha vida continua parada. (Pára de andar)
Por mais que estas paisagens mudem, por mais que o vento tome outro sentido eu sempre me sinto no mesmo lugar. O sol queima do mesmo jeito, a areia irrita da mesma forma e o meu objetivo ainda não se torna feito. Ah!, chuva cai em meu rosto pra aliviar minha tensão; caminhos e caminhos pra sair dessa prisão!
(Enfurecendo-se)
O mundo!
O mundo é essa jaula nefasta que me persegue e faz de meu corpo tuas futuras cinzas! Para quê? De tantos tempos sobrevividos nesta terra de ambição, para quais fins tudo isso ainda existe?
Acaba com tudo, Deus!
Faça tua promessa do apocalipse e arraza com fendas e explosões todas as dimensões desse circo chamado Terra! Faça chover dinheiro para que todos os homens se matem em torno desta ambição! Caia o céu, abra-se a terra; engula tudo e não sobrará nada!
Deixe o mundo limpo e virgem como naturezas isoladas. (Chora)

E eu já não agüento mais. Somo forças para livrar-me de maus sentimentos, mas esses crápulas, nojentos e filhos-da-puta não páram de me perseguir.
(Gritando para vários lados) Fuja! Fuja! Fuja!
Pra onde? Pra onde, meu Deus? Dê-me uma luz! Leva-me ao inferno, mas me tira daqui!

(Cai de joelhos no chão, chorando)

Onde está tudo isto? Por onde andam as aves gorjeadoras? Pasárgada! Oz! País das Maravilhas! Qualquer lugar... (Ofegante) que me dê paz.

Mas, eu ainda chego lá! Lá: nas quinquilharias de meu vazio.

(Otimista pega a bicicleta e some.)

domingo, 2 de novembro de 2008

A gralha vaidosa


A gralha sempre acalentara o sonho de ser bonita como um pavão.

- Já sei! Vou aproveitar que os pavões estão em época de muda, colherei as penas que estão no chão e todos pensarão que sou um pavão!

E foi isso que ela fez. Ao admirar-se nas águas transparentes do lago, que refletiam seu novo visual, com penas e olhos nas pontas, a gralha achou-se o máximo. Pensando que ia abafar, foi ao encontro das outras gralhas.

Lá chegando, ao invés de elogios, ela recebeu muitas vaias e foi enxotada a bicadas.

- Fora! Fora! Se você não tem orgulho de ser uma de nós, vá procurar a sua turma - gritavam as gralhas em coro.

Enquanto saía às pressas dali, a gralha refletiu:

- É isso! Eu preciso encontrar minha nova turma.

E saiu em disparada ao encontro dos pavões.

Assim que viram aquela ave esquisita se aproximando, os pavões colocaram-na para correr.

- Fora! Fora! Você não é e nunca será um pavão!

E, assim, a gralha conseguiu apenas o desprezo de todas as aves.



Fábulas de Esopo, Jean de La Fontaine, adaptação de Lúcia Tulchinski



_________________________________________


Qual é a moral da estória?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Baralho

(Abrem-se as cortinas.Uma mesa ao canto num foco de luz de branca. Um alguém embaralhando cartas e fumando.)

Me chamam de louco; louco. Os olhos cruzam tortos em minha direção reparando os detalhes dos panos que eu uso. Eu consigo perceber que há um estranhamento no olhar de cada de um; os padrões foram quebrados. Existem sim, os conservadores, mas o que está fora do convencional ainda assusta.

(Corta o baralho e divide cartas sobre a mesa pra jogadores invisíveis)

Porque o ás sempre tem que ser simbolizado por uma letra e não existe número um. Opa! Em algum o lugar não existe o número um. Então, não há vencedores e campeões e nem vices e lanterninhas. Ah! existe sim, o concreto algarismo um não dá suas caras no início do baralho mas, colocou sua prima vogal: A. Aquela que puxa a fila do alfabeto. Irmãos, fomos enganados.
O K (the King) pronunciou que não existiria o número um, no entanto, vimos o Ás! O aldacioso guerreiro que lidera todos os outros e destacando-se isoladamente, porque os outros são só números. Vejam: 2, 4, 6, 9, 10 e a família real. E não nos esquecemos por favor, do nosso honradíssimo coringa, ou bobo da corte como quiser.
Queiram as Q (Queens) fazerem o que quiserem, mas sempre os J's (Knaves) serão nada mais, nada menos que os valetes (patifes da monarquia).

No mais, o que se esperar de um CardPlayer nos tempos de hoje?

(Risada. Apaga o cigarro num cinzeiro e recolhe as cartas. Fecham-se as cortinas)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Oito e catorze

E de repente eu sentí um impulso pra correr até a porta, abrí-la e me deparar com um rosto - até então - desconhecido, que não importa quem seja, mas que seja alguém segurando uma caixa de bombons, um ramalhete ou até mesmo a chave do carro. Tomaria-me em seus braços e num apertado abraço falaria que estava morrendo de saudades. E no canto do olho direito a gotícula surge a dá um toque salgado no beijo. Hum! E em mais um par de segundos eu ouviria bem baixinho na sapatilha do ouvido: saudades! Os meus pêlos se arrepiariam, minha boca sorriria e minha alma vibraria.
E de repente a brisa do ventilador velho, comprado na lojinha de um-e-noventa-e-nove me despertou. Sentí fortes agulhadas no peito e a vontade foi de chorar, fazer promessa, voto de castidade ou cair na gandaia.
A senhora solidão ainda é minha vizinha. Mora alí do lado e vira e meche me lembra de que estou sozinho, de que apenas o sol e a lua são meus companheiros e que a relação mais íntima que eu tenho é com as minhas cuecas.
E de repente prefiro pensar que o melhor dos gozos virá por breve e a melhor solução pra tapar a cara da minha vizinha é trancar a janela com os cadeados risonhos.

E droga de repentes!

domingo, 24 de agosto de 2008

A Renúncia

Eu não quero ser mais gente.
Me desculpem as pessoas,meus pais, meus irmãos, meus amigos
Mas, eu renuncio à raça humana.
Prefiro ser inseto, animal, planta ou alienígena.
Mas gente não.
Se gente serve pra matar,destruir, roubar, estuprar...
Não.
Eu não quero.
Deus, se é que tu existe
me leva pra outro lugar.
Me coloca em outro planeta
me transforma num outro ser
Porque ser gente como esta do meu convívio
Eu não quero mais.
Eu renuncio.

sábado, 9 de agosto de 2008

Por um segundo

Neste eu ví,
naquele tentei;
se errei não sei.

Mas, por um segundo eu pensei.

-

Hahahaha! Criações instântaneas, o que você entende por isso?

=)

sábado, 2 de agosto de 2008

Estado Civil

Desde os meus catorze anos o sonho da minha vida era arrumar um namorado. Alguém pra eu comprar presente, telefonar, chamar de amor, colocar coração no MSN, ouvir música romântica, etc, etc, etc. Todas essas bobeiras que todo mundo quer passar e que inspira os escritores, poetas e roteiristas de novela. Hoje, após algumas tentativas de relacionamentos, a minha cabeça se cansa da satisfação a ser dada todos os finais de semana e dos créditos gastos pra falar cinco minutos, que desculpa leitor - eu nem sou rico mesmo - são uma fortuna. Dores de cabeças, sonhos e incertezas assolam sempre a cabeça de quem tá entrando em relacionamentos. O mais engraçado é que quatro anos depois de tantos sonhos alimentados e de tantas amarguras sofridas eu me sinto feliz em estar solteiro. Não que eu tenha parado de acreditar no amor e perdido a vontade de namorar. É que as circunstâncias colaboram para uma situação mais cômoda onde o meu estado civil se resume no tanto faz.

-

Reativando o blog, com um visual diferenciado porque a vontade de escrever e a falta do que fazer na Internet foram maiores!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A loja de canecas

Bia era uma pobre coitada. Nascera sem qualquer vestígio de imaginação. Desde pequena tinha grandes dificuldades de imaginar qualquer coisa. Seu mundo sempre se limitou ao que é real e tocável. Sonhos? Imagine, ela nunca os teve. De noite, era como se repetisse os dias em sua cabecinha. Ela revivia tudo de novo. Tudo porque não conseguia imaginar.
A professora da escola não se conformava.
- Como pode esta menina tão inteligente não conseguir imaginar nada!
Bia era a única criança que não conhecia a Chapéuzinho Vermelho, que não fazia idéia de como era a Branca de Neve. Por um lado, ela nunca teve medo de fantasma, nem do bicho-papão e muito menos do lobisomem. Por quê? Porque ela nunca imaginou, oras.
Mas, certo dia, as coisas estavam para mudar! Como todas as coisas sempre mudam em nossas vidas, na de Bia não poderia ser diferente. Num feriado passeando com a Tia Laura, elas entraram numa vistoza loja de canecas de porcelana. Cada caneca linda! Algumas desenhadas, outras numa cor só.
- Não toque em nada lá dentro, Bia. As canecas são muito delicadas e caríssimas! Se quebrar qualquer uma, terá que pagar por todas! - alertou Tia Laura.
É claro que era mentira. Se quebrasse uma caneca, Bia teria que pagar apenas uma. Não todas. E outra, Bia tinha uma boa educação e, mesmo não tendo imaginação, sabia das coisas. Foi num corredor cheio de canecas antigas que ela entrou e foi passando olhando uma a uma. E uma pequenina caneca de porcelana branca, toda desenhada com estrelinhas que Bia parou e ficou observando. Observando. Observando. Até que... ops! Mas, vejam só, que do meio das estrelinhas surge uma lua! Mas como? Bia franziu a testa e duvidou por alguns segundos. Piscou os olhos. Passou a mão neles e voltou a olhar bem a caneca. A lua havia sumido. "Coisa da minha cabeça." E prosseguiu sua observação. Parou numa outra. Grande. Com várias nuvens desenhadas. E dalí, bem lá no fundo, uma pontada laranja é vista. E olha o sol! E Bia repetiu novamente os gestos. "Mas, que coisa! O que está acontecendo?" pensava Bia. Nunca tivera estas sensações.
E foi passeando por aquele corredor e olhando em cada caneca, que Bia foi descobrindo e vendo uma coisa nova. Numa, ela viu uma estrela cadente. Noutra, uma princesa durmindo. Naquela mais a frente diz ter avistado uma menina usando um capuz escarlate. E no passeio de sua mente, Bia foi descobrindo cada personagem e cada elemento que nunca imaginara.
- Que coisa! Parece até que estou voando!
Porfim, Bia tomou o braço de sua tia e foi correndo mostrar o sol, a lua, as meninas, as princesas.
- Veja, tia Laura! Não é lindo?
E a tia Laura tentou ver qualquer coisa. Mas, nada via.
- Sim, são lindas canecas Bias. Mas, titia já disse: são caríssimas. Vamos deixá-las aí e ir embora, antes que comece a chover.
E saíram da loja. Bia, satisfeita, agora voltava pra casa da tia pulando de nuvem e nuvem.
Mas, que coisa. Quem diria, hem, Bia? E nunca mais, a professora reclamou.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Carta de Improviso I

Pode-se

Pode-se ser tão sutil
quanto a um pássaro
quando dispõe de seu vôo viril

Pode-se ser tão grandioso
quanto a uma nuvem desértica
perdida no azul-orgulhoso

Pode-se ser tão rude
quanto a um peixe
quando capturado ás margens de um açude

Pode-ser ser o que quiser
desde que não intervenha e não machuque
aquele que atrás vier.


*

Carta de improviso. Hehehehehe. Criei na hora do post. Não sei se passa alguma coisa.
Túdíbôm!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pela janela



E por aquela janela, de vidros arranhados e marcados, com uma persiana cinza aparentemente nova, impedida por uma grade enferrujada que imita tijolos, eu, durante as fugas de meu trabalho pude ver um antes e um depois.
Um antes; um claro pobre que refletia cores apagadas para uma manhã. O chão de concreto seco e rachado não recebia nenhum de seus habituais pisões. A árvore estática no seu centro isolado, talvez soluçava em silêncio as angústias desse novo dia.
Um depois; do céu gritavam trovoadas sutis, porém, decididas a provocar qualquer coisa. E no vazio dos segundos, foram-se caindo as primeiras lágrimas de uma nuvem atormentada. Foram as primeiras, depois as segundas, as terceiras... até que de toda a festa, a água era a única rainha e protagonizava a cena.
A janela era apenas um portal para uma outra realidade também real. Eu no meu ambiente, num corredor cheirando a tinha velha, ouvindo as preces das professoras querendo ensinar e as besteiras ditas por crianças de má educação e tão perto dalí, uma outra atmosfera. Muito mais rica, muito mais natural.
Ah! dois ambientes tão próximos e tão distantes. Como pode chover lá fora e cá dentro não?
Que pergunta besta. É melhor voltar ao trabalho.

domingo, 30 de março de 2008

Já pensou?

E se um dia você chegasse em casa

e se deparasse com todos os seus amores

sentados na sua sala.

Seria fácil. Seria complicado. Já pensou?



Boa semana. Bom começo de mês!

segunda-feira, 24 de março de 2008

Felicidade Instantânea


E no de repente daquela noite,
eu te ví, te percebi
e no impulso dos meus lábios te falei.

E juro nunca ter pensando
nessa felicidade instantânea.

Adorei!






O post é dedicado.
Ro, foi pra você.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Paixão Dolorosa


E digam-se que de séculos para cá, vêem os homens e celebram a morte de seus próprios ídolos.

E amanhã tem a malhação de Judas que com fogo e pancadas sugerem o arrependimento.
E depois de amanhã surgem nossos ovos de chocolate pra cantar a ressureição.

domingo, 16 de março de 2008

O Pra Sempre e o Nunca

Voltando para casa, depois de um bolo levado neste domingo pensei numa coisa: Qual a relação entre o "pra sempre" e o "nunca"?
Na verdade, eles são quase a mesa coisa. Pois ambos querem definir o que é definitivo, não? O "pra sempre" diz que tal coisa nunca acabará. E o "nunca" que outra coisa se acabará pra sempre. É um papo de maluco, mas não é uma conclusão tola. Faz a gente parar pra pensar.
Qual a diferença entre: "Eu te amo pra sempre" e "Eu nunca vou deixar te amar". Se pararmos pra pensar, as duas orações dizem a mesma coisa. De algo definitivo. Porém, usamos de palavras que têm sentidos opostos. Opostos para dizerem a mesma coisa.
Na verdade, não estava pensando na questão gramatical da coisa. Estava pensando na única coisa que venho pensando constantemente esses dias. Naquela pessoa. A pessoa que mais amei e que continuo amando nesta vida.
Isto, é papo pra outro post. Mas, fiquei pensando nisso e senti a vontade de escrever.

Abertas opiniões.
=o)

Boa semana!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Desvaneios de minha mente I

Das passagens

Talvez eu esteja de passagem
Passagem apenas pra passar e não dizer mais nada
Ou passagem pra marcar,
para carimbar,
para deixar claro algumas coisas.

Que as coisas são coisas de passagem.

Penso que realmente eu seja apenas uma passagem.
Não.
Não passagem de trem, de metrô e nem de ônibus
Passagem por passar
seguir
ir
sumir

pra depois lembrar.
Não eu, tu, ele, nós, vós, eles.
Enfim, à vida a que estamos passando
Porque se passamos é pra nossa passagem ser passada.


--

Poema de minha autoria. :)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Palavra de adulto.

Alô? Quem? Oi! To bem e você? Ah, que bom. A vida. Ah... não tá a mesma coisa não, viu? Lembra daquela época em que a gente chegava da escola e brincava o dia todo, ou, ficava vendo TV e jogando video-game? Então, tudo aquilo acabou. Mesmo! Acontece, que tudo vai mudando devagar, sabe? Ninguém percebe, e de repente a gente leva um susto! Porque tá tudo diferente. Eu não gosto mais de assistir aqueles desenhos de bichinho e nem brincar com bonecos. Não como mais bala de nem chupo chiclete que nem antes. O que? Ah! eu sei... mas tá diferente sabe?! Eu ainda chupo aquelas balas de banana que minha amiga me oferece, mas geralmente é por uma questão do gosto na boca, ou um bom hálito. As inteções mudaram.
Muitas delas. Não peço mais presente de Natal pro meu pai. Eu mesmo vou lá e compro o que eu quero. Minhas festas de aniversário nem tem mais bexiga. Aliás, nem tem mais festa. Antes eu ganhava um monte de brinquedos, depois passei a ganhar roupas e hoje ganho perfume, gravata, agenda... O dente de leite não cai mais sozinho! Eu preciso de ir no dentista e pagar se um dente quiser cair. Tá vendo como são as coisas?! Eu nem acredito.
Você também tá assim, né? Que coisa! Sabe o que eu queria? Bater uma foto minha agora, e mandar. Pra mim mesmo. Há uns anos atrás, pra quando eu era menino. Eu ficava imaginando como eu iria ser quando crescesse. E olha só! Será que eu iria gostar se soubesse?
Ah! sei lá... eu gosto de mim mesmo quando criança. E eu criança, será que gostaria de mim, agora, adulto?

Tá bom. Depois a gente se fala. Ta eu ligo sim! Outro. Tchau.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Certo Destino

Em um certo quando, num certo onde, aconteceu um certo o que. O que? É a história de um certo anjo, que num certo dia se apaixonou por uma certa criatura terrena. Tal criatura, tão formosa e tão astuta que era fácil de se aproximar e então, de se gostar dela. Até mesmo os ratos de mais sombrios passados e costumes se apaixonavam pela tão empática criatura. E a Criatura, assim por certo vamos chamá-la, (talvez) também se apaixonasse por alguns desses ratos. Mas, a coisa era de comoção. A Criatura era boa de coração. E um desses ratos: o mais rabudo, o mais sujo e o mais repudiado, torna-se um grande obssecado pela criatura. Ai! do anjo, céus! Anjo este que de tão apaixonado pela Criatura, abandona todos os céus para tão cruel vida humana.
Por tempos, o anjo clamufara os vestígios de sua grandiosa paixão, até certo ponto. Criatura, tão esperta que era, lançou seus espinho á queima-roupa para testar a veracidade dos sentimentos do então anjo. E a verdade, era por sí mesma verdadeira. O anjo agonizou com aqueles espinhos atingidos. E pela primeira vez em sua divina vidinha, ele chorou. E agora, não eram mínimos pontos de luz que saiam de seus olhos; eram salgadas gotas de líquido que marcavam o delírio daquela paixão.
E dalí por diante, a história se desenrolou. Anjo e Criatura se encontraram no eclipse de suas amizades, e dali houve uma fraterna e íntima relação. Ao longo de umas dezenas de dias e noites passadas, tudo era pra ser terminado e na história seria colocado um fim.
O fim foi provisório. Em meia dúzia de dias e noites, o reencontro foi certo. Porém, não esquecemos o ultimo rato da qual falamos. O rato começara a roer os arredores da criatura, e por grandes forças maiores, seus afiados e pontudos dentes não foram suficiente. Mas, esses ratos imundos não desistem tão fácil. Pobre criatura. Agora, condenada por tentar ser amável e generosa com tal elemento, que agora a persegue e a assombra nas noites da Rainha Lua. Por fim, coisa é certa. Possa ter este anjo abandonado os céus, fez muito bem ele. Foi atrás de sua missão, eu acho. A de amar e proteger aquela grande e pequena criatura. Aquela robusta e tão frágil muralha. Talvez seja assim, e tenha que ser assim.
Talvez assim, ele comece a acreditar que certamente, existe um certo destino por trás de tudo isso. E ele, não apenas abandonou os céus. Pelo contrário, veio encontrar o seu aqui na Terra. Do lado dessa criatura. Para afástá-la desses ratos. E que seja eterno enquanto dure. :)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Carnaval fantástico dos meus sonhos meninados.

É muito engraçado, pois, toda vez que chega o Carnaval, chega junto aquela máquina do tempo. Uma máquina que me faz lembrar os tempos de criança. "Mãe, tá chegando o carnaval?", "Tá, meu filho. Você sabe que depois do seu aniverário vêm: Natal, Ano Novo, o aniversário do seu pai, o da sua mãe e então chega o carnaval!". E era verdade, porque na televisão já passava uma mulata sambando com o corpo pintado em cima de uma esfera.
É mágico. Sempre tentei ver o desfile todo, mas nunca conseguia. Mas, na reprise a TV era minha! Tantas e várias reproduções eu tentei fazer... minhas portas-bandeira feitas com chapeuzinho de aniversário ou filtro de café de papel... os carros alegóricos eram caixas de papelão todas ornamentadas com lantejoulas, glitter e brinquedos. Os nomes das escolas? Ah, estes eram vários: Águas Cristalinas, Unidos de Tanabi, Segundo Brandão Falou. Risadas.
E o sonho meninado de um dia poder pisar naquela pista e sentir aquela vibração. É um mundo encantado que me encanta cada vez mais. Tudo é brilho, tudo é pluma, tudo é cor. Tudo se aprende. Tudo se perde. E tudo se completa. Pra começar o ano bem. Pra relaxar antes da vida cotiana. Pra se preparar pra quaresma, que desaparece só lá na Páscoa.
E eu, com aquela porta-bandeira rodando em meus olhos. Com aqueles destaques magistrais representando qualquer coisa menos importante que o Carnaval em si.
É época de se lembrar da Columbina e do Pierrot. Um amor tristonho. E sempre eu que fui a Columbina, a saltitar por todo o carnaval seu balé de doçura e deslumbramento, este ano talvez, eu seja o Pierrot. Aquele que chora por um amor perdido pouco antes do carnaval.
Ah, meu querido. Se você soubesse o que tudo isso é para mim.

"Surge, oh sol, e mata a Lua: que já desmaia pálida de inveja, por ver que tu, sua sacerdotisa, és mais bela do que ela."
-- Romeu ( Romeo and Juliet - W. Shakespeare)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

. introdução

Mais um blog na minha lista. Eu sempre fui um blogueiro nato. Porque sempre gostei de escrever. Na verdade, por uma época, isso foi coisa de estética. Mas, bobagem. Os tempos são outros e eu estou aqui afim de escrever, escrever e escrever e nem me importar quantos acessos tem meu blog. Vou atrás de quem gosta de ler. Eu gosto de ler. Báaa. E ultimamente eu ando bem inspirado.
Talvez seja, porque eu esteja apaixonado e com o coração dilacerado. Ou talvez seja, porque to começando uma nova fase da vida. Não vejo a hora que passe esse carnaval. A vida, já já deslancha nesse mar de fatos e olfatos, mergulhando nessas águas de cardumes e solidão. As ondas que quebram na praia e jogam fora tudo aquilo que o Mar não quer para sí. Talvez meus textos não tenham um sentido lógico ou cronológico. Porque, na verdade, eu escrevo o que passa pela minha mente e o que chega em meus dedos.

'Eu não roteirizo a minha vida. Eu deixo o instinto humano agir por ele mesmo.'

Talvez esta frase, que é de MINHA autoria, pois eu criei agora, possa ser publicada em algum calendário em uns anos, faça parte de um prólogo de livro, ou seja dito numa peça de teatro, ou simplesmente seja usada como nick de MSN ou Orkut por alguém que só passou por aqui, leu essa frase e gostou. O sentido de tudo isso aqui é um só: desabafar a memória de um jovem com um turbilhão de informação e que, de alguma forma precisa colocar isso pra fora.
Espero que nesta caminhada, você que tá lendo tudo isso, saiba: eu sou sincero com meu leitor. Apesar de nem saber que está lendo minhas palavras, eu prefiro ser sincero e fiel. Tomara que em alguma de minhas publicações, você se veja, você se reflita e você a use como posse de seu universo imaginário. Mas, não seja técnico. Isso, não é um blog de auto-ajuda. São palavras humanas. Palavras terrenas. Palavras pequenas. Apenas escritas. Talvez eu publique um livro um dia. Vamos ver. O que as pessoas têm pra me dizer?? :)

P.S.: Corra em quanto é tempo, isso vem de um espetáculo do Grupo Galpão que eu simplesmente amei, e como gosto de frases para nomes de e-mail, blogs e fotologs, coloquei-o aqui. HEHEHEHEHE.