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sábado, 16 de fevereiro de 2008

Palavra de adulto.

Alô? Quem? Oi! To bem e você? Ah, que bom. A vida. Ah... não tá a mesma coisa não, viu? Lembra daquela época em que a gente chegava da escola e brincava o dia todo, ou, ficava vendo TV e jogando video-game? Então, tudo aquilo acabou. Mesmo! Acontece, que tudo vai mudando devagar, sabe? Ninguém percebe, e de repente a gente leva um susto! Porque tá tudo diferente. Eu não gosto mais de assistir aqueles desenhos de bichinho e nem brincar com bonecos. Não como mais bala de nem chupo chiclete que nem antes. O que? Ah! eu sei... mas tá diferente sabe?! Eu ainda chupo aquelas balas de banana que minha amiga me oferece, mas geralmente é por uma questão do gosto na boca, ou um bom hálito. As inteções mudaram.
Muitas delas. Não peço mais presente de Natal pro meu pai. Eu mesmo vou lá e compro o que eu quero. Minhas festas de aniversário nem tem mais bexiga. Aliás, nem tem mais festa. Antes eu ganhava um monte de brinquedos, depois passei a ganhar roupas e hoje ganho perfume, gravata, agenda... O dente de leite não cai mais sozinho! Eu preciso de ir no dentista e pagar se um dente quiser cair. Tá vendo como são as coisas?! Eu nem acredito.
Você também tá assim, né? Que coisa! Sabe o que eu queria? Bater uma foto minha agora, e mandar. Pra mim mesmo. Há uns anos atrás, pra quando eu era menino. Eu ficava imaginando como eu iria ser quando crescesse. E olha só! Será que eu iria gostar se soubesse?
Ah! sei lá... eu gosto de mim mesmo quando criança. E eu criança, será que gostaria de mim, agora, adulto?

Tá bom. Depois a gente se fala. Ta eu ligo sim! Outro. Tchau.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Certo Destino

Em um certo quando, num certo onde, aconteceu um certo o que. O que? É a história de um certo anjo, que num certo dia se apaixonou por uma certa criatura terrena. Tal criatura, tão formosa e tão astuta que era fácil de se aproximar e então, de se gostar dela. Até mesmo os ratos de mais sombrios passados e costumes se apaixonavam pela tão empática criatura. E a Criatura, assim por certo vamos chamá-la, (talvez) também se apaixonasse por alguns desses ratos. Mas, a coisa era de comoção. A Criatura era boa de coração. E um desses ratos: o mais rabudo, o mais sujo e o mais repudiado, torna-se um grande obssecado pela criatura. Ai! do anjo, céus! Anjo este que de tão apaixonado pela Criatura, abandona todos os céus para tão cruel vida humana.
Por tempos, o anjo clamufara os vestígios de sua grandiosa paixão, até certo ponto. Criatura, tão esperta que era, lançou seus espinho á queima-roupa para testar a veracidade dos sentimentos do então anjo. E a verdade, era por sí mesma verdadeira. O anjo agonizou com aqueles espinhos atingidos. E pela primeira vez em sua divina vidinha, ele chorou. E agora, não eram mínimos pontos de luz que saiam de seus olhos; eram salgadas gotas de líquido que marcavam o delírio daquela paixão.
E dalí por diante, a história se desenrolou. Anjo e Criatura se encontraram no eclipse de suas amizades, e dali houve uma fraterna e íntima relação. Ao longo de umas dezenas de dias e noites passadas, tudo era pra ser terminado e na história seria colocado um fim.
O fim foi provisório. Em meia dúzia de dias e noites, o reencontro foi certo. Porém, não esquecemos o ultimo rato da qual falamos. O rato começara a roer os arredores da criatura, e por grandes forças maiores, seus afiados e pontudos dentes não foram suficiente. Mas, esses ratos imundos não desistem tão fácil. Pobre criatura. Agora, condenada por tentar ser amável e generosa com tal elemento, que agora a persegue e a assombra nas noites da Rainha Lua. Por fim, coisa é certa. Possa ter este anjo abandonado os céus, fez muito bem ele. Foi atrás de sua missão, eu acho. A de amar e proteger aquela grande e pequena criatura. Aquela robusta e tão frágil muralha. Talvez seja assim, e tenha que ser assim.
Talvez assim, ele comece a acreditar que certamente, existe um certo destino por trás de tudo isso. E ele, não apenas abandonou os céus. Pelo contrário, veio encontrar o seu aqui na Terra. Do lado dessa criatura. Para afástá-la desses ratos. E que seja eterno enquanto dure. :)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Carnaval fantástico dos meus sonhos meninados.

É muito engraçado, pois, toda vez que chega o Carnaval, chega junto aquela máquina do tempo. Uma máquina que me faz lembrar os tempos de criança. "Mãe, tá chegando o carnaval?", "Tá, meu filho. Você sabe que depois do seu aniverário vêm: Natal, Ano Novo, o aniversário do seu pai, o da sua mãe e então chega o carnaval!". E era verdade, porque na televisão já passava uma mulata sambando com o corpo pintado em cima de uma esfera.
É mágico. Sempre tentei ver o desfile todo, mas nunca conseguia. Mas, na reprise a TV era minha! Tantas e várias reproduções eu tentei fazer... minhas portas-bandeira feitas com chapeuzinho de aniversário ou filtro de café de papel... os carros alegóricos eram caixas de papelão todas ornamentadas com lantejoulas, glitter e brinquedos. Os nomes das escolas? Ah, estes eram vários: Águas Cristalinas, Unidos de Tanabi, Segundo Brandão Falou. Risadas.
E o sonho meninado de um dia poder pisar naquela pista e sentir aquela vibração. É um mundo encantado que me encanta cada vez mais. Tudo é brilho, tudo é pluma, tudo é cor. Tudo se aprende. Tudo se perde. E tudo se completa. Pra começar o ano bem. Pra relaxar antes da vida cotiana. Pra se preparar pra quaresma, que desaparece só lá na Páscoa.
E eu, com aquela porta-bandeira rodando em meus olhos. Com aqueles destaques magistrais representando qualquer coisa menos importante que o Carnaval em si.
É época de se lembrar da Columbina e do Pierrot. Um amor tristonho. E sempre eu que fui a Columbina, a saltitar por todo o carnaval seu balé de doçura e deslumbramento, este ano talvez, eu seja o Pierrot. Aquele que chora por um amor perdido pouco antes do carnaval.
Ah, meu querido. Se você soubesse o que tudo isso é para mim.

"Surge, oh sol, e mata a Lua: que já desmaia pálida de inveja, por ver que tu, sua sacerdotisa, és mais bela do que ela."
-- Romeu ( Romeo and Juliet - W. Shakespeare)