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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Oito e cinquenta e nove

Da noite eu fiz meu abrigo. Enrolei-me nas estrelas e quis que a lua fosse meu travesseiro. No sonhos, eu pude ver o rosto do sol, que era além do que já se conhece, era quem me dava calor; e ainda, loiro como ele só, satisfazia todos os meu desejos. Quis rir. Mas a real vontade, é de chorar.
Chorar porque... por mais que eu esteja entre astros e livre nessa galáxia ilustre, eu fico longe de mim. Estou agora, exatamente no ponto mais longe que já estive. Daqui, sinto muito pouco o cheiro da terra onde nascí. Minha visão é escassa se for comparada  ao ano anterior.
Quando olho os caminhos de leite, eu lembro das estradas por onde passei e quantos sorrisos em corações podres eu plantei. Minha vontadade? E a minha vontade é rebubinar o filme do tempo e voltar no tempo em que as estrelas estavam longe. Porque melhor do que tê-las ao meu redor, é vê-las de longe e lutar para conseguir voar até elas. E que esse caminho seja longo, longo, longo! Longo para demorar a dar saudades. Porque a saudade mata e corrói aos poucos.
De que adiata chegar rápido ao topo da montanha, se o melhor da aventura foi a escalada? Se o melhor foi sofrer e procurar a paz? É claro que o gosto da conquista é bem melhor, porém, bem mais efêmero. Logo dá vontade de voltar e fazer tudo de novo, de novo, de novo, de novo, de novo... e quanto mais "de novos" couberem na tua paciência.
Uma coisa eu lhe digo, caríssimo amigo, melhor do que a chegada... é o caminho!

2 comentários:

disse...

Obrigado por sua visita!! Adorei seu texto! muito bom!
Quero segui-lo! monta um painel de seguidores!!! e venha me visitar mais vezes!
Abraços

Anônimo disse...

Quanto tempo MESMO!
E que coincidência, menino!

Concordo que melhor do que a chegada é o caminho. Mas que chegar também é absurdamente bom...ah, é :)