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sábado, 4 de abril de 2009

Entendo

(Um poste com luz baixa. Há um sujeito com roupas de trabalho, amarrotadas. No chão uma garrafa de cerveja vazia e copos usados. Bitucas de cigarro compõe o cenário. Seu olhar é distante, atravessa a lua.)

Outro dia, eu condenei quem usava qualquer coisa pra beber e fumar. Meus pais já foram julgados por mim, como os pecadores seriam no purgatório (assim ensina a catequese).
Eles fumavam e ele bebia. Eu não gostava, abominava; poderíamos ter comprado a casa que tanto queríamos se parassem com tudo isso.
Eu era uma criança. Depois de crescer, de viver e me apaixonar; outro dia eu entendi eles.

Entendi as bitucas jogadas por minha mãe da janela do apartamente. Talvez, tenha entendido meu pai chegando com seus porres em casa.

Claro que tem coisas incontestáveis, mas eu entendi.
Entendi que quando a droga do amor invade nossas víceras, quanto o tormento da tensão insiste em cutucar-nos ou quando a coléra da tristeza ataca sem piedade... a carne é fraca e a gente precisa da natureza pra se fortalecer.
Entendi que os olhos humanos são fracos, pois acreditam que aquilo é a cura, mas não é...

Não faço apologias, meu caro público. Eu só entendo que quando nosso corpo produz uma droga sentimental, as pessoas usam outras (naturais) para aliviar.

É, eu entendo.

E que se fodam os significados.

(Recolhe tudo e sai. Garoa)

4 comentários:

Vaninha® disse...

Boa semana, menino!!!!!!!!!!!!!

Leco Vilela disse...

Gostei.

Fabi disse...

Profundo como uma embriaguez, daquelas resultantes de um bom motivo, preferencialmente, o amor...
Amei!
Beijos

Anne disse...

Os humanos são tão complicados...
Adorei!
Beijo
P.S.: Vc achava que eu era morena com franja?? hueihuei gostei dessa, principalmente porque ontem eu ganhei uma franja por besteira da cabeleireira! Quem sabe uma hora ela erra a tinta também? =7